28 de junho de 2009

O CONHECIMENTO INTUITIVO DE GÊNEROS

Texto 2

Atividade 3 (p. 21) do TP3

As informações do texto 2 estão organizadas em duas partes: enumeração dos ingredientes e o modo de preparar o prato. É uma receita culinária.

Já o texto 3 é um anúncio publicitário porque divulga o traballho do Greenpeace ao mesmo tempo que procura convencer o leitor a considerar sua causa digna de apoio como comprova a expressão: "Ajude a gente a combater o desmatamento da Amazônia. Fique sócio do Geenpeace hoje."
A relação intertextual é estabelecida com a famosa historinha infantil de Chapeuzinho Vermelho, na qual há um bosque cheio de árvores e de flores, em oposição ao discurso do Greenpeace, que trata do desmatamento progressivo. Essa relação se faz por meio da imagem: uma menininha vestida com uma capa vermelha e levando uma cesta passeia por uma floresta desmatada, e pelo texto:"Você não quer contar esta história para seus filhos, quer? A essa pergunta não basta dizer sim ou não, porque ela propõe uma reflexão a respeito da devastação das florestas para nos vender uma ideia: tomada de posição.
A imagem do texto 2 é meramente ilustrativa. A distribuição das partes - ingredientes e modo de fazer ( ainda que subentendida) - são características reconhecíveis em qualquer receita. Enquanto que em 3, a imagem é parte da informação, do sentido do texto. O completo entendimento da mensagem depende do conhecimento dos contos infantis, nesse caso o da Chapeuzinho vermelho. O leitor deve ser capaz de reconhecer que aqui não se trata da história infantil, mas de outro texto que utiliza esse conhecimento para dizer algo diferente. Interpretar corretamente o texto 3 depende ainda do conhecimento dos anúncios publicitários. Comparando os textos analisados com outros semelhantes pode-se notar que as palavras e estruturas linguísticas são diferentes, mas a maneira de organizar a informação no texto é semelhante quando os textos pertencem ao mesmo gênero.


CONSIDERAÇÕES SOBRE TRABALHO

Todos nós exercemos diversas atividades no grupo social a que pertencemos.
Atividade 2 (p. 18) do TP3


O trabalho tem sido, ao longo da história, uma forma de sobrevivência, uma maneira de alcançar um futuro melhor, uma necessidade social, uma ação que integra o indivíduo à sociedade. Não é uma atividade necessariamente remunerada, como é o caso dos voluntários, das donas de casa e dos estudantes. Normalmente, as atividades consideradas trabalho no sentido estrito são aquelas que exigem maior esforço e que os profissionais recebem melhores salários. O que se faz por escolha própria ou por prazer, sem receber remuneração, para algumas pessoas pode não se caracterizar como trabalho. Os tipos de trabalho mais valorizados em minha comunidade têm relação com a escolaridade, são as atividades ligadas à educação, saúde, segurança, enquanto que os menos valorizados estão dissociados da cultura escrita, são as atividades de trabalho braçal. No cenário nacional também existe essa relação entre a valorização de determinados tipos de trabalho e a cultura escrita. Tanto que pesquisas recentes divulgadas na mídia comprovam que a baixa escolaridade está diretamente vinculada ao desemprego,`a inserção no mercado de trabalho e à desigualdade social. Penso que o sistema em que nossa sociedade está organizada deveria ser como o das formigas, que embora estejam divididas em castas, não há discriminação quanto ao tipo de atividade que exercem. O mesmo deveria acontecer em nosso meio, para que todos entendessem que não importa o trabalho que cada um faz, todos são importantes para a coletividade.

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A CIGARRA E AS FORMIGAS (A FORMIGA BOA) (Monteiro Lobato)

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé do formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas. Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas, Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas. A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém. Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu – tique, tique, tique...Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina. - Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...A formiga olhou-a de alto a baixo. - E que fez durante o bom tempo que não construí a sua casa? A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse. - Eu cantava, bem sabe... - Ah!... exclamou a formiga recordando-se. Era você então que cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas? - Isso mesmo, era eu...Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo. A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.


A CIGARRA E AS FORMIGAS – A FORMIGA MÁ

Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a repeliu de sua porta. Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com o seu cruel manto de gelo. A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro, e o inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se, nem folhinhas que comesse. Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou _ emprestado, notem! _ uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de empréstimo, logo que o tempo o permitisse. Mas a formiga era uma usuária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.- Que fazia você durante o bom tempo? - Eu... eu cantava!... - Cantava? Pois dance agora... - e fechou-lhe a porta no nariz. Resultado: a cigarra ali morreu esticadinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o som estridente daquela cigarra morta por causa da avareza da formiga. Mas se a usuária morresse, quem daria pela falta dela?

Os artistas _ poetas, pintores e músicos _ são as cigarras da humanidade.


A CIGARRA E A FORMIGA (La Fontaine)

A cigarra, sem pensar
em guardar,
a cantar passou o verão.
Eis que chega o inverno, e então,
sem provisão na despensa,
como saída, ela pensa
em recorrer a uma amiga:
sua vizinha, a formiga,
pedindo a ela, emprestado,
algum grão, qualquer bocado,
até o bom tempo voltar.
-Antes de agosto chegar,
pode estar certa a Senhora:
pago com juros, sem mora.
Obsequiosa, certamente,
a formiga não seria.
Que fizeste até outro dia?
perguntou à imprevidente.
-Eu cantava, sim, Senhora,
noite e dia, sem tristeza.
-Tu cantavas? Que beleza!
Muito bem: pois dança agora...


SEM BARRA (José Paulo Paes)

Enquanto a formiga
Carrega comida
Para o formigueiro,
A cigarra canta,
Canta o dia inteiro. A formiga é só trabalho.
A cigarra é só cantiga. Mas sem a cantiga
da cigarra
que distrai da fadiga,
seria uma barra
o trabalho da formiga

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21 de junho de 2009

GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS

TP3
Oficina 06 – unidades 11 e 12
Tipos textuais
A inter-relação entre gêneros e tipos textuais

No dia 21 de maio, realizamos o 4º encontro para discutir os assuntos abordados nas unidades 11 e 12. Foram feitas observações sobre a inter-relação entre gêneros e tipos textuais, ressaltando a importância desse trabalho para o reconhecimento das sequências tipológicas. Esse estudo possibilitou o contato com algumas nomenclaturas, pouco citadas nos livros didáticos, como o "injuntivo" e o "preditivo".
Duas das turmas do 6º ano realizaram a atividade da página 124, com o objetivo de desenvolver um texto descritivo a partir de uma foto. A foto foi apresentada aos alunos, todos puderam analisá-la de perto. Em seguida, foram convidados a relatar o que viam na foto e dar opiniões livremente. Após esse tempo de debate, que foi bem dinâmico, foi solicitado que escrevessem um parágrafo descritivo. Houve questionamentos sobre como proceder e foram citados alguns exemplos como a descrição da sala de aula e de um colega. Feito isso, os alunos se mostraram animados a escrever. Assim que todos terminaram, foi pedido que escrevessem um parágrafo narrativo. Foram necessárias algumas explicações sobre a sequência narrativa e alguns questionamentos para incitá-los. Após a escrita, os alunos que manifestaram vontade, puderam ler os textos. Apesar dos alunos apresentarem algumas dificuldades, o resultado mostrou que foi uma atividade muito proveitosa.
A atividade desenvolvida em outra turma do 6º ano e nas do 7º e 8º anos foi a da página 109, cujo objetivo principal foi produzir um texto descrevendo um objeto, sem identificá-lo ou citar a função.
Nas turmas do 9º ano foi trabalhada a atividade da página 172, tendo como objetivo reconhecer a transposição de um formato de gênero textual para outro. Após a leitura foi feita uma análise conjunta dos textos produzidos a fim de ressaltar que, como produtos sociocomunicativos, os gêneros textuais não comportam uma classificação pré-determinada.
De acordo com os relatos das experiências, a atividade teve ótima aceitação por parte dos alunos, que a desenvolveram prazerosamente com resultados altamente positivos.
Receita para um mundo melhor
Ingredientes
  • 1 kg de honestidade
  • 500 g de solidariedade
  • 300 g de carinho
  • 3 kg de reflorestamento
  • 2 kg de igualdade social
  • 100 g de compaixão
  • 250 g de consciência social
  • 4 kg de amor
  • 5 litros de água potável
  • 1 pitada de felicidade

Modo de fazer

Misture a honestidade, a solidariedade, o carinho, a compaixão, a consciência social, o amor, a felicidade e a água em uma vasilha. Depois leve ao fogo da harmonia. Pegue os 3 kg de reflorestamento e misture com a igualdade social. Jogue em cima da mistura que foi levada ao fogo da harmonia e não esqueça de distribuir a todas as pessoas do mundo.

Fernanda Caroline de Castro - 9º ano

Receita para ser um verdadeiro amigo

  • Sinceridade
  • Amizade
  • Alegria
  • Companheirismo

Cultive diariamente todos os ingredientes dentro do seu coração. Depois é só aproveitar os bons momentos.

Victor Amaral de Melo - 9º ano

TP3
Oficina 05 – unidades 9 e 10
Gêneros textuais: do intuitivo ao sistematizado
Trabalhando com gêneros textuais

A oficina 5 do Caderno de Teoria e Prática 3 foi realizada no dia 07 de maio, na Escola Municipal Profª Tita Tafuri. Os professores cursistas não apresentaram dificuldades na resolução das atividades sobre os Gêneros textuais, visto que são trabalhados em sala de aula.

A atividade escolhida para o "Avançando na Prática" foi a elaboração de uma biografia, aplicada nas turmas do 7º,8º e 9º anos, tendo como objetivo a identificação das características desse gênero e a sua produção.Foram levadas para sala de aula diversas biografias para que os alunos realizassem a leitura e discutissem as características que compõem esse gênero textual. Após essa primeira etapa foi proposto aos alunos a elaboração de sua própria biografia, mas em terceira pessoa, como a dos exemplos apresentados. Como trabalho extraclasse, os alunos elaboraram a biografia de várias pessoas da comunidade. Os textos foram revisados e expostos no mural da escola. Os resultados foram positivos, pois os alunos se mostraram interessados, a atividade teve bons resultados, visto que proporcionou o contato com a pesquisa e leitura, o que possibilitou mais facilmente o alcance dos objetivos.
Nas turmas do 6º ano, foi uma atividade envolvendo fábula, com o objetivo de colocar o aluno em contato com esse gênero e refletir sobre as acepções da palavra "trabalho". Após a leitura, fez-se o reconhecimento do vocabulário. As palavras desconhecidas foram grifadas e cada grupo pesquisou os significados de algumas delas, escrevendo no quadro. O interessante foi que algumas palavras como “paina” e “tulha”, quando foram citadas como desconhecidas, alguns alunos da zona rural disseram que já as conheciam e explicaram para a turma. Em outra aula, foram desenvolvidas várias questões que exigiam a comparação dos textos analisando o comportamento das personagens em cada um deles. Para auxiliar na análise, também foi utilizado um outro texto sobre a “Origem da palavra trabalho” lido anteriormente.Ambas tiveram uma boa aceitação por parte dos alunos. Tais atividades proporcionaram debates, pesquisas, envolvimento com a comunidade, possibilitando o alcance dos objetivos.
Em relação ao texto escolhido para trabalhar na oficina, os professores optaram pela análise e interpretação do texto 1: Poema tirado de uma notícia de jornal, de Manuel Bandeira. Foram planejadas atividades de reconhecimento do gênero, versificação, tema do cotidiano, intertextualidade, entre outras.
A oficina foi altamente proveitosa, pois o grupo apresentou-se totalmente envolvido nas atividades propostas.

Mostra de trabalhos

Washington Luiz Tafuri

Nasceu em Desterro do Melo, em 4 de dezembro de 1926. Filho de Antônio Tafuri e Maria do Carmo Tafuri. Sempre teve prazer de estudar. Aos 10 anos foi para Belo Horizonte e estudou no colégio Arnaldo, onde completou o Ensino Médio. Passou no vestibular da UFMG, onde anos depois se formou em Patologia.
Casou-se no dia 9 de maio de 1955. Tem mais de 200 trabalhos Patológicos publicados. Viajou para vários países como EUA, Alemanha, Chile, Bolívia e toda Europa. Ganhou vários prêmios, entre eles o que considera mais importante Carlos Chagas. Ministrou aulas em várias universidades como UFMG, UFES, UFOP e uma escola de medicina, em Barbacena. É pós-graduado na USP. Publicou sua autobiografia no livro: “O ontem, o hoje e o amanhã: uma história pessoal”. Fez palestras em Ruanda, Venezuela e Itália. Aposentou-se da profissão recentemente, mas continua ajudando a formar vários profissionais da área.

Edvaldo Aparecido da Silva – 9º ano

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Maria Tafuri de Araújo
Maria Tafuri de Araújo nasceu em 11 de julho de 1929 na fazenda de sua avó localizada em Senhora dos Remédios. Na sua infância gostava muito de brincar com seus amigos. Concluiu o 2º grau e ingressou no curso Normal em Juiz de Fora. Formou e foi dar aula na escola em Desterro do Melo de 1ª a 4ª a série, foi também diretora. Exerceu essas duas funções por 26 anos. Ela gostava de ser professora, mas afirma que detestava ser diretora. Nesse período casou-se com Antônio Gonzaga de Araújo com quem teve oito filhos, sendo que um faleceu. Quando ficou viúva, mudou-se para Juiz de Fora. Ao aposentar-se retornou a Desterro do Melo. Sente-se muito orgulhosa por ter conseguido dar um futuro digno para todos os seus filhos. Vive atualmente com seu filho Mário Tafuri, que é o prefeito da cidade.


Gabriela Tostes Lino – 9º ano
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Antônio Cecílio do Nascimento

Filho de Américo Rafino do nascimento e Carlota Mendes do nascimento. Nasceu em 10 de outubro de 1952 em Desterro do Melo, na zona rural denominada Ribeirão. Cursou o Ensino Fundamental em sua cidade natal com muita dificuldade. Fez curso superior de Pedagogia, Ciências Físicas e Biológicas e especialização em Psicologia. Participou em 1977 do EMAUS( encontro religioso para jovens. Destaca-se na comunidade por suas atividades na área social e religiosa. Atualmente é vice-prefeito e supervisor pedagógico.

Luciana Maria da Silva – 9º ano
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Ercília Miranda do Amaral

Ercília Miranda do Amaral, mais conhecida como Maninha, nasceu e morou em Desterro do Melo. Estudou até o 3º ano primário. Nunca exerceu nenhuma profissão, apenas doméstica. Maninha era alegre e trabalhadeira. Gostava de fazer quitanda e cuidar de porcos. Depois de um certa idade morou em Senhora dos Remédios e Barbacena, com sua filha. No dia 16 de março de 2008 completou 100 anos de vida, mas passando-se quatro meses faleceu, em 18 de julho de 2008.

Thaís Prezzote de Assis
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Joaquim Gonçalves de Lima

Joaquim Gonçalves de Lima nasceu em 26 de novembro de 1924, na Fazenda da Cachoeira e sempre viveu em Desterro do Melo. Estudou até a 4ª série na escola particular. Viveu do comércio. Criou sua família atrás de um balcão. Vendia bebidas e alimentos em geral. Era um homem de família humilde, calma e feliz. Foi presidente da Conferência de São Vicente de Paulo e Irmão do Santíssimo. A religião, para ele, estava sempre em primeiro lugar. Gostava de ir à missa aos domingos e dias santos. Um fato marcante de sua vida foi quando plantou árvores num terreno em frente a sua casa, que é hoje a Praça Quinca Silva. Ele gostava do plantio, da colheita, de andar a cavalo e contar piadas. Joaquim reservava sua ternura para ser dedicado às crianças e cuidar de sua cidade. Ele faleceu em Desterro do Melo em 16 de fevereiro de 1994.

Clarice Lima – 7º ano



7 de junho de 2009

A JABUTICABEIRA

Um senhor de idade avançada estava cuidando de uma planta, com todo carinho, quando uma jovem aproximou-se dele e perguntou:
- Que planta é esta que o senhor está cuidando?
- É uma jabuticabeira - respondeu o senhor.
- E ela demora quanto tempo para dar frutos?
- Pelo menos uns quinze anos - informou o senhor.
- E o senhor espera viver tanto assim? Indagou, irônico, o rapaz.
- Não, não creio que viva mais tanto tempo, pois já estou no fim da minha jornada - disse o ancião.
- Então, que vantagem você leva com isso, meu velho?
- Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém colheria jabuticabas, se todos pensassem como você...
Não importa quanto tempo temos pela frente, quantos dias, meses e até anos. Devemos pensar nos frutos que estes atos trarão, pois tanto faz se veremos ou não o resultado, mas se não nos movermos em direção ao futuro que teremos, com certeza nos perderemos no caminho.
( Texto usado na leitura compartilhada da primeira oficina. A reflexão foi voltada para os trabalhos da área da educação, cujos frutos não são imediatos, mas a longo prazo . É preciso determinação, trabalho coletivo, responsabilidade e confiança naquilo que fazemos para que "cada aluno tenha como horizonte a justiça social, a felicidade e a emancipação da humanidade".)

MEMORIAL DE LEITURA


A minha infância é cheia de lembranças, vivências e acontecimentos.Lembro-me, que nessa fase, o que mais me motivou para o mundo da leitura foram as histórias contadas por minha mãe. As histórias infantis e os contos de assombração sempre me fascinaram e, por isso, nunca me cansava de ouvi-los. Muitas delas foram repassadas por meu avô. Ambos diziam que por não haver eletricidade no campo naquele tempo, consequentemente não possuíam rádio nem televisão. Então a única diversão era reunir a família para contar histórias ou tocar viola e cantar. Às vezes no terreiro , ao redor de uma fogueira ou à luz do luar. Outras, no aconchego do fogão a lenha, no banco da cozinha.Vale lembrar que, mesmo não tendo frequentado a escola, narravam com precisão e clareza seus discursos.
Da infância para a adolescência descobri a leitura e a viagem que ela proporcionava nos livros emprestados da biblioteca e dos amigos, revistas de adultos e nas cartas dos parentes distantes. Entretanto, o que mais me marcou foi a música. Eu gostava de ligar o rádio todos os dias para ouvir as cartas dos ouvintes, a receita culinária, a programação musical. Inclusive, mantive por alguns anos um caderno com letras de música e mensagens. Ouvia tudo e coletava dia após dia para partilhar com duas vizinhas que também faziam o mesmo. Algumas vezes participei dos programas e me sentia feliz ao ouvir o locutor atendendo a minha carta, como também alegrava-me ouvir as músicas que as colegas dedicavam a mim.
O primeiro livro que ganhei foi "A grande fuga" da série vaga-lume, quando participei da I Semana do Livro em minha escola. Isso me despertou o desejo de conhecer mais a coleção e fiquei maravilhada com as histórias que li.
Embora emfrentasse dificuldades financeiras, sempre tive o incentivo dos meus pais para prosseguir os estudos. Ao concluir o Ensino Fundamental, ingressei-me no Magistério, o curso mais indicado para as mulheres no mercado de trabalho naquela época. Cinco anos depois, optei por Letras. Não sei dizer ao certo onde nasceu essa opção, mas imagino que seja o desejo de aprimorar-me como educadora . Nesse percurso, a leitura foi focada nos livros de Literatura Brasileira e Portuguesa.
No momento, não disponho de muito tempo para a leitura como gostaria, mas procuro inovações, assino revistas e compro livros. Além do material específico de leitura de um professor, aprecio muito as obras dos autores da Literatura Brasileira, Sidney Sheldon, Augusto Cury, Valéria Piassa, Allan e Barbara Pease, Tania zagury, Pe. Fábio de Melo e outros. Incentivo meus alunos e outras pessoas a ler, comentando sobre o que li e gostei. Entendo ser útil recomendar uma obra, pela riqueza que possui e pelo que crescemos quando a lemos. Enfim, a leitura é uma ponte que conduz a um admirável mundo novo e torná-la presente no dia a dia me faz um ser humano melhor.

6 de junho de 2009

ABERTURA DO GESTAR II EM DESTERRO DO MELO

Aconteceu no dia 16 de abril, no Salão da Biblioteca Municipal Cel. Argentino Madeira, a abertura do Gestar II em Desterro do Melo. Esse evento contou com a participação dos diretores da rede municipal de ensino, Antônio Cecílio do Nascimento e Ana Maria Amorim Moreira, o Secretário Municipal de Educação, Wanderlei Cardoso da Mota Mendes, formadores e professores cursistas de Língua Portuguesa e Matemática.
Inicialmente foi feita a apresentação do programa pela coordenadora Maria Helena Pinheiro. A seguir, o formador de cada área explicou o Guia Geral, a dinâmica das oficinas e o projeto a ser desenvolvido. Foram entregues o material do curso e o cronograma da primeira fase. Como a nossa escola é pequena, foram formados dois grupos, um de cada disciplina. Cada grupo se reunirá periodicamente para a realização das oficinas, nas quais serão discutidas as atividades práticas e teóricas desenvolvidas nos Cadernos de Teoria e Prática.
Os cursistas foram receptivos e manifestaram total interesse pela nova proposta de trabalho. Tenho a convicção de que a implementação do Gestar em nossa escola trará mudanças muito significativas para a educação do município.

GESTAR II

O programa Gestão de Aprendizagem_ Gestar II, voltado para as áreas de Língua Portuguesa e Matemática é uma iniciativa do Ministério da Educação para o ano de 2008-2009.
O Gestar II é destinado aos professores que atuam nos anos-séries finais do Ensino Fundamental da rede pública e objetiva a formação continuada ampla pelo aprofundamento teórico-metodológico para que sejam alcançadas melhorias nas práticas pedagógicas.
O foco do programa é a atualização dos saberes profissionais por meio de subsídios e do acompanhamento da ação do professor no próprio local de trabalho. Sendo que a sua proposta pedagógica baseia-se na concepção sócio-construtivista do processo de ensino-aprendizagem. Assim aluno e professor constroem juntos o conhecimento em sala de aula, por meio de uma relação interdependente, apoiada no interesse e na participação do professor como mediador entre os alunos e o conhecimento social e historicamente construído.
Esta resenha visa apresentar o material didático do Gestar II, orientado para a formação dos professores ajudando-os a compreender o ambiente escolar como um espaço de pesquisas e descobertas permanentes sobre o processo de ensino-aprendizagem.
O objetivo maior dos cadernos de teoria e prática (TP) e de atividades de apoio à aprendizagem (AAA) é possibilitar ao professor de L.P de 5ª. e 8ª. séries( 6º. ao 9º. Ano) um trabalho que propicie aos alunos o desenvolvimento de habilidades de compreensão interpretação e produção dos mais diferentes textos.
Na área de L.P os TPs se constituem em 6 cadernos nos módulos I e II. O módulo I é constituído por 3 cadernos de teoria e prática onde são discutidos conceitos como variação linguística, texto, intertextualidade, gramática, arte e literatura, gêneros textuais e a forma como esses conteúdos podem e devem estar nas salas de aulas dos 3º. e 4º. Ciclos.
O TP1 trabalha o texto e as variantes da língua como decorrentes da relação entre linguagem e cultura. Nas quatro primeiras unidades que constituem a 1ª. parte do TP1, os textos estão ligados aos temas família e escola em diferentes abordagens. Junto a teoria, existe em todos os cadernos ainda, uma seção destinada a prática em sala de aula com sugestão de atividade para realizar com os alunos, seções de aprofundamento e um resumo de cada seção além de sugestões de leitura e bibliografia.
Todos os cadernos são constituídos de mais duas partes: Lição de Casa e Oficinas. A primeira é destinada a escolha de uma atividade sugerida no TP para desenvolver com os alunos e fazer um relato da experiência, entregar para o formador e compartilhar na oficina com os outros cursistas. As Oficinas serão realizadas ao final das unidades pares, em que formador e cursistas se reúnem para retomar as questões da prática pedagógica dos dois conteúdos das unidades estudadas.
Os conteúdos dos cadernos de Teoria e Prática são: Linguagem e Cultura (TP1), Análise Linguística e Análise Literária (TP2), Gêneros e Tipos textuais (TP3), Leitura e Processos de Escrita I (TP4), Estilo, Coerência e Coesão (TP5) e Leitura e Processos da Escrita (TP6).
O cursista ainda terá os cadernos de Atividades de Apoio à Aprendizagem (AAA) que foram elaborados a partir dos cadernos de Teoria e Prática e são compostos de oito aulas, cujo ponto de partida é o texto e que podem ser aplicadas em sala levando-se em conta, na sua escolha, o nível da turma.
O material didático do Gestar II aqui especificado, em sua composição, é subsidia na teoria e na prática o sucesso esperado desse programa de formação continuada dos profissionais da Educação, que estão em sala, por vezes, convivendo com baixos índices de aprendizagem e sem o devido apoio para reverter a situação.


PRIMEIRO ENCONTRO DE FORMAÇÃO DO GESTAR II

No período de 23 a 27 de março de 2009, realizou-se em Barbacena - MG, o primeiro encontro de formação do Gestar II, coordenado pela professora Erla Delane F. Almeida, de Brasília. O Gestar ( Programa Gestão da Aprendizagem Escolar) foi criado pelo Ministério da Educação e é destinado aos professores das áreas de Língua Portuguesa e Matemática do Ensino Fundamental. É um programa de formação continuada, que visa elevar a competência dos professores e alunos, através de posturas reflexivas e intervenções na prática pedagógica. A foto acima mostra alguns professores de diversas cidades que participaram desse curso de formação.